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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Gaia Connection 2025

Gaia Connection 2025
Reconexão, Cultura e Sustentabilidade em Harmonia

Conexão com a natureza e legado ambiental

O festival Gaia Connection, em sua 13ª edição, ocorreu entre 3 e 6 de outubro de 2025, na Aldeia Outro Mundo, em Lagoinha (SP) 

Sob o mote da multiculturalidade, o encontro promoveu uma profunda reconexão com elementos ancestrais e a natureza, integrando arte, música eletrônica e consciência ecológica. 

Com histórico de plantio de mais de 3.500 mudas, nesta edição o festival prospectou o plantio de 200 mudas nativas, em cerimônias abertas ao público e atividades voltadas a crianças no Espaço Kids 

Relatos dos participantes e registro audiovisual

No video DJ Eder FM abrilhantou na Gaia Connection 2024 com um set impecável que uniu energia, técnica e sensibilidade. Cada batida e transição mostrou seu domínio da e conhecimento musical, mantendo o público conectado do início ao fim. Uma performance memorável que reforçou por que Eder FM é referência na cena.
Follow/Siga: @djederfm em todas as plataformas digitais. 

Além disso, o YouTube traz uma produção visual da edição de 2023, Gaia Connection 2023 | O Filme, com 1h29 de imagens vibrantes, que mostram a diversidade das pistas, performances de psytrance, arte viva e o espírito de união que pulsa no festival.

Como chegar e infraestrutura local:

A Aldeia Outro Mundo está situada na Estrada do Mandutinho, km 6,1, em Lagoinha – SP 
Para quem vem de carro, a rota mais recomendada é pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116), com desvio em Taubaté pela SP-125 até Lagoinha, seguindo sinalizações para o Mandutinho.

Se optar por transporte público, é possível seguir de ônibus até Taubaté, de lá até Lagoinha, com táxi local até o festival. Também há a opção de excursões organizadas que facilitam o acesso diretamente ao local 

Em síntese

O Gaia Connection 2025 representa mais que um festival: é um encontro que celebra a cultura ancestral, promove a sustentabilidade ambiental e oferece uma experiência imersiva e sensorial para o corpo e a alma. Desde o plantio simbólico de mudas até os ritmos transcendentes e o acolhimento comunitário, a Aldeia Outro Mundo se reafirma como um espaço de transformação e pertencimento.


Fonte: gaiaconnection.art.br / aldeiabooking.com.br

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Ângelo Leuzzi, o mestre da noite paulistana

QUEM FOI ANGELO LEUZZI




Uma das maiores lendas da noite paulistana, responsáveis por São Paulo ser tão respeitada no quesito casas noturnas Nacionalmente e Internacionalmente.



1. Pioneiro da noite paulistana moderna

Antes de Leuzzi, São Paulo tinha principalmente bares, casas de show e boates tradicionais, mas poucos espaços voltados à cultura clubber com DJs, som de qualidade e pista de dança integrada a um ambiente sofisticado.

Importação e adaptação de modelos internacionais:

Leuzzi trouxe conceitos europeus (Londres, Berlim) e americanos (Nova York) de danceterias e clubes, mas sempre adaptando ao público paulistano.

O Rose Bom Bom nos anos 1980 já misturava música ao vivo e pista de dança.

O Lov.e Club, nos anos 1990, consolidou o formato lounge + pista + bar + design icônico, precursor do que hoje chamamos de clubes urbanos de referência.


2. Formador de públicos

Leuzzi não apenas abriu casas, mas formou públicos e gostos musicais:

Rock & Alternativo: Rose Bom Bom e Columbia foram palco de bandas emergentes, conectando jovens à cena independente.

A cena Techno / House / Drum & Bass: Lov.e Club se tornou referência para a geração clubber dos anos 90 e 2000, atraindo DJs nacionais e internacionais.

Pluralidade de públicos: suas casas uniam fãs de diferentes estilos, promovendo experimentação musical e socialização entre grupos antes pouco conectados.


3. Influência estética e cultural

Ele não apenas promovia festas, mas curadoria e identidade visual:

Decor e design das casas seguiam conceitos modernos, muitas vezes kitsch ou heroin chic, mas com toque paulistano.

Flyers, pôsteres e convites das festas eram cuidadosamente trabalhados, criando uma marca reconhecível e aspiracional.

O público não frequentava apenas pela música, mas pela experiência visual, social e de lifestyle, algo novo para São Paulo na época.



4. Incentivador da cena eletrônica

DJs nacionais (e alguns internacionais) citam Leuzzi como quem abriu portas para a cena eletrônica em São Paulo, e isso não temos dúvida alguma. Angelo era diferente, era a noite paulistana em pessoa.

O Lov.e, uma das casas que ditou a noite paulistana até 2008, foi espaço de experimentação musical, com noites dedicadas ao techno, deep house e drum & bass, ajudando a criar uma base sólida para DJs, produtores e festas independentes.

Festas como a VIBE do curador DJ MARKY  que em dias normais eram enormes, chegando a ter revezamento de público, algo que não vemos nos dias de hoje. 


5. Conector de gerações e estilos

Leuzzi conseguia misturar gerações: fãs de rock que frequentavam o Rose Bom Bom passaram a se interessar por música eletrônica.

Suas casas foram ponto de encontro de criativos, artistas, DJs, produtores e fashionistas, fortalecendo a cultura urbana e clubber de São Paulo.

Criou uma rede de clubes onde o público migrava de um projeto para outro, mantendo a cena viva e dinâmica.

6. Curadoria musical inovadora

Ângelo não apenas contratava DJs, ele selecionava linhas musicais e programações inteiras que guiavam tendências.

Suas casas eram reconhecidas por misturar clássicos com novidades, criando noites temáticas e permitindo que estilos emergentes (como drum & bass, deep house e progressive) ganhassem visibilidade.


7. Experimentação com formatos de club

Introduziu conceitos como pistas moduláveis, lounges internos e áreas VIP integradas antes pouco exploradas em São Paulo.

Essa flexibilidade permitiu adaptar o ambiente para diferentes públicos, desde festas íntimas até grandes eventos noturnos, mantendo a exclusividade sem perder diversidade.

8. Formação e mentoria de profissionais da noite

DJs, produtores e gestores de casas noturnas creditam a Leuzzi aprendizado direto sobre gestão de clubes, atendimento e experiência do público.

Muitos profissionais que hoje são referência no Brasil começaram a carreira em seus clubes, recebendo orientação sobre programação, marketing e identidade visual.


9. Longevidade e consistência na cena

Atuou por mais de três décadas no segmento, acompanhando e antecipando tendências musicais e sociais.

Sua capacidade de reinventar projetos e manter relevância mesmo com mudanças de público, estilo musical e mercado consolidou Leuzzi como um símbolo da noite paulistana, cuja influência ainda é percebida em clubes contemporâneos.

Falecimento:
Morreu em 22 de abril de 2020, vítima de um infarto fulminante. As matérias de obituário o descreveram como “lendário” e “um dos maiores propagadores da cultura clubber brasileira”. As fontes indicam que ele tinha 64 anos na data do falecimento. 


10. Legado e reconhecimento

Por que Ângelo Leuzzi é lembrado até os dias de hoje?

Criação de espaços híbridos (show + pista + bar) que ajudaram a transformar a vida noturna paulistana do formato disco/baile para o formato de danceteria/club moderno.

Pluralidade musical: suas casas receberam tanto bandas de rock quanto DJs e festas eletrônicas — ajudando a conectar gerações e estilos. 

Estética e curadoria próprias: evitou simplesmente replicar fórmulas estrangeiras; adaptou as referências e criou identidade local, o que influenciou outros empreendedores e o público paulistano.

Considerado um mentor e referência para empreendedores e DJs da cidade.

Muitos clubes paulistanos posteriores se inspiraram na fórmula de Leuzzi: 
Experiência completa de música, design, bar e socialização.

Até hoje, eventos e tributos lembram seu impacto na profissionalização e sofisticação da vida noturna paulistana.

Entenda toda sua importância em um breve resumo.


Resumo executivo

Ângelo Leuzzi foi DJ e empresário da noite paulistana, responsável por criar várias casas noturnas influentes (entre elas Rose Bom Bom, Lov.e, Columbia, BASE, Mood, Hell’s e Lov.e) simplesmente todos os maiores e mais respeitados clubs de São Paulo.

Ele ajudou a introduzir na cidade o conceito de danceteria/club inspirado em modelos europeus e nova-iorquinos, abriu espaços que serviram tanto para shows de rock emergente quanto para a cena clubber/electrônica, e é lembrado como um formador de cena. Faleceu em 22 de abril de 2020, vítima de um infarto; na ocasião reportou-se que tinha 64 anos. 

Linha do tempo e principais marcos:

Anos 1980 — Rose Bom Bom (início da carreira como promotor/empresário):

Leuzzi voltou de viagens à Europa trazendo o conceito de danceteria para São Paulo e, em 1983 (referências apontam para o início dos anos 80), inaugurou o Rose Bom Bom na Galeria Fêmina / região da Oscar Freire. A casa misturava show, bar e pista e foi palco de bandas importantes do rock nacional em começo de carreira (Titãs, Engenheiros do Hawaii, Ultraje a Rigor, Plebe Rude etc.). Esse empreendimento marcou sua entrada e reputação na cena noturna. 

Final dos anos 1990 / 2000 — Lov.e Club & outros projetos clubber:

A marca Lov.e Club & Lounge (às vezes escrita como Lov.e) surgiu na segunda metade dos anos 1990 e se tornou um divisor de águas para a cena clubber brasileira — som primoroso, estética kitsch / heroin chic reinterpretada à brasileira, e noites longas com forte programação eletrônica. Leuzzi foi coproprietário/idealizador desse formato e da estética do clube. Muitas referências e DJs da cena eletrônica brasileira têm memórias de tocar ou serem convidados por Leuzzi no Lov.e. 

Outras casas / marcas criadas ou ligadas a Leuzzi:

Além do Rose Bom Bom e do Lov.e, sua trajetória empresarial inclui Columbia, BASE (Antigo Hotel Danúbio), Mood, Hell’s (nomes aparecem nas reportagens e memórias da cena). Essas casas circularam entre shows ao vivo e pistas de dança, ajudando a articular diferentes públicos (rock, moda, clubbers). 

Influência na cena eletrônica e no underground:

Leuzzi foi reconhecido por não apenas importar “filiais” de casas gringas, mas por adaptar referências estrangeiras ao contexto paulistano — criando espaços com identidade local. Dezenas de DJs da cena nacional citam Leuzzi como quem abriu portas e lançou formatos que se tornaram referência no Brasil. 

Vida pessoal / família (resumo):

Reportagens mencionam que era fã de motos, tatuagens e carros antigos; foi casado com a ex-modelo/atriz/pintora Cláudia Liz (com quem teve o filho Lucca Salvatore) e também teve relação/marido com a empresária Flávia Ceccato (cofundadora do Lov.e em parceria). Após seu falecimento, seu filho Lucca manteve viva parte do legado nas memórias e tributos. 


Graças a Deus e aos Deuses da música tive o prazer e a honra de ter tocado em um de seus últimos projetos no PANORAMA (Cidade Jardim), casa simplesmente linda e um sound system by Angelo Leuzzi.

Total Respeito ao mestre Angelo Leuzzi (RIP).




Lov.e - O fim do clubinho do coração

LOV.E CLUB 💓
Clubinho do Coração

O Lov.e Club & Lounge foi uma casa noturna conceito, situada na Rua Pequetita, 189, Vila Olímpia, São Paulo. 

Foi inaugurado em 12 de junho de 1998, Dia dos Namorados, como uma proposta diferenciada para a noite paulistana, especialmente para a cena de música eletrônica. 


Ultima festa do Lov.e. Entrevista incrível com várias pessoas que fizeram 
parte desta linda história. Na imagem Lucky MC e Cleber Portaro.

Tinha cerca de 550 m², num galpão, espaço que ficou conhecido por reunir diversos estilos, diversas tribos, com som eletrônico forte (house, techno, drum’n’bass) e atrações nacionais e internacionais. 

Era uma casa bastante influente, com noites fixas como o “Lov.e Express”, “Technova”, e também eventos especiais. 


Nos Decks Dj Marky na noite VIBE realizada toda quinta-feira, e casa sempre
com lotação máxima.


Em seu apogeu, o Lov.e era chamada de “clubinho do coração” pelo seu fundador Angelo Leuzzi e Flávia Ceccato. Mestre em sound system, Angelo Leuzzi era responsável pelo sound systems que na minha opinião e de muitos, o mais incríveis que já presenciei em uma casa noturna até então, era algo surreal, clube para o verdadeiro público clubber de São Paulo.


Dj Chryz Dub, hoje conhecido como @ellementhz em um dos seus sets no Lov.e.
Neste dia ele entregou os decks para nada mais nada menos que DJ ANDY.

E não podemos deixar de relatar o delicioso café da manhã que tinhamos todas as noites no clubinho, que saudade!


Lov.e por São Paulo
O projeto que levou o club para as ruas.

O Lov.e por São Paulo foi uma iniciativa do Lov.e Club em parceria com a Prefeitura de São Paulo. 

Objetivo: levar cultura eletrônica para periferias, bairros mais distantes, promover acesso gratuito ou mais democrático ao estilo, por meio de eventos, workshops de DJ e discotecagem. 

O primeiro evento “Lov.e por São Paulo” ocorreu em 25 de janeiro de 2003, na Praça da República, no centro de São Paulo, evento gratuido.

Nesta primeira edição DJs residentes do Lov.e, como Marky, Mau Mau e Renato Cohen marcaram presença.

O projeto incluía além da festa, workshops onde DJs do Lov.e visitariam casas de cultura ou auditórios de regiões periféricas, e dariam noções de discotecagem e passavam um pouco de suas experiências como dj. 

Tinha um calendário para 2003 com datas previstas em diferentes regiões: Interlagos, Santo Amaro (onde chegou a ser realizado) Butantã, São Miguel Paulista, etc. 

2008, O Fim do club que ditou tendências.

O  Lov.e era referência, altar da música eletrônica paulistana e mundial. O anuncio do encerramento das atividades em 2008, na minha opinião foi um dos dias mais tristes para cena eletrônica brasileira. Ali mostrava o início de uma decadência das festas em São Paulo e no Brasil, sendo que o Lov.e era referência para todos que viviam de música eletrônica.  

A última noite da casa foi com a FESTA VIBE onde o curador era nada mais nada menos que DJ MARKY. Tive o privilégio de estar presente neste despedida que contou com muita nostalgia, fila gigante como nos bons tempos, figurinhas carimbadas pela história que o clube acumulou e amantes da boa música eletrônica, muitos em lágrimas pelo fim de uma era tão poderosa e que influenciou tantos novos artistas que hoje são referências mundiais. 

Depois do fechamento do Lov.e, nada, nada foi como antes na cena eletrônica Paulistana e Brasileira. Parece que tudo parou depois que o Lov.e fechou suas portas.

Ficaram apenas as lembranças, infelizmente!


quarta-feira, 10 de setembro de 2025

A História do Goa Trance





A Raiz de Goa e Sua Influência no Trance

Goa: O Berço do Psicodélico



Goa, um estado costeiro na Índia, tem sido um ponto de encontro para culturas e espiritualidades diversas. Desde a década de 1960, a região atraiu turistas, especialmente de Europa e Estados Unidos, que buscavam uma experiência alternativa, espiritual e libertadora. Goa foi um local emblemático para o movimento hippie, e seu impacto na cultura psicodélica global foi profundo, não apenas no aspecto das substâncias psicodélicas, mas também no campo artístico e musical.


O clima único de Goa, com suas paisagens paradisíacas, suas praias, e sua rica herança espiritual (ligada ao hinduísmo, budismo e tradições locais), se tornou o local ideal para o cultivo de uma contracultura que buscava a exploração da consciência e a conexão com o espírito.


A Chegada do Trance em Goa

O que hoje conhecemos como psytrance tem suas raízes em Goa, sendo que o primeiro uso da música eletrônica psicodélica nas festas ao longo das praias goanas foi a fusão de música eletrônica experimental com a cultura psicodélica. Durante os anos 80, DJs e produtores locais começaram a experimentar com sintetizadores, drum machines e efeitos eletrônicos, criando sons que capturavam a energia psicodélica de seus ambientes. Esse tipo de música começou a tocar em festas na praia, em celebrações alternativas e espaços de liberdade de pensamento.



O som de Goa é essencialmente uma fusão entre o synthwave, o ambient, e o electronic dance music (EDM), com um foco maior na criação de atmosferas psicodélicas e hipnóticas. A introdução de batidas rápidas e repetitivas, juntamente com elementos de spacey soundscapes e efeitos de modulação, ajudaram a definir a estética sonora de Goa e a conectar as pessoas com um estado alterado de consciência.



O Primeiro Boom do Goa Trance

Nos anos 90, a cena musical em Goa explodiu de forma global, com o termo Goa Trance se tornando amplamente reconhecido. Foi um período em que a música psicodélica de Goa deixou de ser uma subcultura restrita a algumas praias e se espalhou pelo mundo, principalmente na Europa, Japão e América do Norte.



O gênero ganhou forma com a emergência de selos e coletâneas, sendo o selo TIP Records (The Infinity Project) um dos mais notáveis nesse período. A música de Goa começou a ser reconhecida como "trance" por sua capacidade de fazer com que o ouvinte entrasse em estados alterados de percepção, algo que se refletia nas longas sessions de DJ que eram realizadas em festas ao ar livre.




DJs e produtores como Goa Gil, Man With No Name, Hallucinogen, Infected Mushroom e Astral Projection, KoxBox começaram a ser conhecidos mundialmente por sua contribuição ao movimento. Eles eram pioneiros na criação de faixas que misturavam ritmos rápidos, linhas de baixo pulsantes, melodias espaciais e o uso constante de efeitos psicodélicos.


A Expansão do Psytrance: Goa Trance para Psychedelic Trance

Com o tempo, o som de Goa Trance evoluiu, dando origem a novas vertentes dentro do psytrance, como o full-on e o dark psytrance. Embora o som de Goa tenha começado como uma experiência experimental, sua influência e seu legado permaneceram em várias formas do psytrance. O termo "Goa" tornou-se associado à autêntica essência psicodélica que caracteriza o gênero.

A partir dos anos 2000, o movimento de Goa se espalhou para novas gerações e se fundiu com outros subgêneros de música eletrônica, como o progressive trance e até o techno. Porém, o núcleo do psytrance continuou ancorado em suas raízes Goan — tanto nas batidas rápidas quanto nas atmosferas psicodélicas que caracterizam a experiência de dança e imersão sonora.


A Cultura Espiritual e Filosófica de Goa no Psytrance

Além da música, Goa foi fundamental para a formação de uma filosofia psicodélica que permeia o psytrance até hoje. O uso de substâncias psicodélicas como o LSD e psilocibina (presentes no movimento hippie e nas festas de Goa) foi uma parte integral da experiência de trance, com muitos participantes utilizando essas substâncias para alcançar um estado alterado de consciência, sinestesia e transcendência.

As festas de Goa, especialmente aquelas realizadas ao ar livre, em praias e florestas, eram acompanhadas de uma atmosfera espiritual e ritualística. A música não era apenas para dançar, mas também para vivenciar uma experiência profunda de conexão espiritual. O mandala, o yin-yang, o chakra e outros símbolos esotéricos frequentemente apareciam na arte, na decoração e até nas performances de VJs.

Esses elementos espirituais se mantêm até hoje no psytrance, onde muitos produtores e festivais ainda promovem uma conexão com temas espirituais, alternativos e místicos, com a intenção de criar um ambiente de cura, autoconhecimento e expansão da consciência.


Goa e o Psytrance Global

Hoje, embora Goa tenha sido superada por várias outras cenas de psytrance ao redor do mundo, sua influência permanece muito forte. Festivais como o Boom Festival em Portugal, o Ozora Festival na Hungria, o Universe na Alemanha e o Rainbow Serpent na Austrália continuam a seguir a estética e a filosofia psicodélica original de Goa.


Além disso, o Goa Trance não desapareceu; ele foi preservado e celebrado em várias subculturas dentro da cena eletrônica, com coletâneas e festivais específicos dedicados ao gênero, como o Goa Madness e o Goa Gil's Birthday Bash.


O Legado de Goa na Música Psytrance


Goa não é apenas o lugar onde o psytrance nasceu — é um símbolo de uma atitude cultural que permeia o movimento até hoje. Sua combinação de música psicodélica, liberdade espiritual e imersão sensorial criou um gênero musical que, ao longo dos anos, atravessou fronteiras e continentes.



A música de Goa e sua filosofia de expansão de consciência não apenas moldaram o psytrance, mas também ajudaram a formar comunidades globais que buscam, através da música e da dança, se conectar com algo mais profundo. Goa deixou um legado de autenticidade, espiritualidade e experiência sensorial que continua a ser celebrado e evoluído na música eletrônica de hoje.

Drum & Bass em Destaque

Festivais de EDM, Techno, Trance, Hard Style, Hard Groove , Big Room com presença marcante do Drum & Bass em 2025

O ano de 2025 marcou um ponto de virada para o Drum & Bass: o gênero ultrapassou os limites de seus festivais tradicionais e ganhou espaço nos maiores palcos do mundo, inclusive naqueles dominados por techno, trance e EDM.

Festivais como Tomorrowland, Creamfields, Dream Nation e Dreambeach abriram espaço dedicado ao som acelerado de 174 BPM. Palcos como o Andromedik Invites, no Tomorrowland, trouxeram nomes como Camo & Krooked, Metrik, 1991 e Emily Makis, levando multidões a experimentar a energia visceral do DnB.

Tomorrowland (Bélgica)

Embora Tomorrowland seja principalmente voltado ao EDM e ao trance, o festival incluiu pelo menos um palco dedicado ao Dum&Bass.



O stage “Andromedik Invites” trouxe artistas de Drum & Bass como parte da programação. 



Line-UP Andromedik Invites

Andromedik (Curador/Host)
Camo & Krooked
Emily Makis
Metrik
1991
Idle Days
IVY
Pirapus
Primate
Sennix


Creamfields (Reino Unido)
Um dos gigantes da dance music no Reino Unido, tradicionalmente centrado em EDM, techno e trance — mas que inclui palcos dedicados ao Drum & Bass dentro de sua imensa estrutura de vários estágios. 


Dream Nation (França)
É um festival predominantemente voltado para techno e trance, com produções visuais e artísticas imersivas. Mas em 2025, surpreendeu ao destacar fortemente o DnB no stage “Bassquake”, com nomes como Andy C, Wilkinson — além de apresentações híbridas que misturam Drum & Bass e Bass House.


Dreambeach (Espanha)

Focado em EDM, techno e hardstyle, este festival confirmou em 2025 a presença de Don Diablo apresentando o seu show “CTRL ALT DELETE”, voltado inteiramente ao Drum & Bass. Uma entrada clara do gênero em um contexto majoritariamente dance/EDM.


Groove Cruise (EUA)

Embora seja uma festa-cruzeiro principalmente navegando pela cena EDM (house, techno, trance), esta experiência musical flutuante incluiu no lineup variedades como Drum & Bass em suas diversas edições de 2025. 


Beyond Wonderland (EUA)
Festival organizado pela Insomniac Events, com foco em trance, dance e EDM, mas que também abrangeu Drum & Bass em 2025 dentro de sua grade de gêneros apresentados nos diversos locais.


Resultado desta ascensão 


Essa presença crescente mostra que o Drum & Bass não é mais apenas um nicho underground — tornou-se um 
elemento essencial da cultura eletrônica global, capaz de dialogar com públicos de trance, techno e house. 2025 será lembrado como o ano em que o DnB deixou de ser coadjuvante para se tornar headliner nos maiores festivais do planeta.

Kraftwerk

Kraftwerk / Os Engenheiros do Som que Mudaram a Música Eletrônica para Sempre

Kraftwerk
Poucas bandas na história da música podem ser chamadas de visionárias no sentido literal. Entre elas está o grupo alemão Kraftwerk, formado no início dos anos 1970 por Ralf Hütter e Florian Schneider, em Düsseldorf. Mais do que uma banda, o Kraftwerk foi uma usina de ideias que ajudou a definir não apenas o som, mas a própria estética da música eletrônica moderna.



Este artigo investiga a trajetória da banda, suas inovações tecnológicas e o impacto profundo que tiveram na cena musical global — da música pop ao techno de Detroit, passando pelo hip hop, house, synthpop e até o drum & bass.

A Origem: Düsseldorf e o Berço do Som Mecânico

Nos anos 70, enquanto o rock dominava as paradas, o Kraftwerk trilhou um caminho oposto. Influenciados pelo movimento Krautrock, que misturava rock experimental, minimalismo e psicodelia, Ralf e Florian decidiram explorar sons sintéticos e repensar o que poderia ser considerado "música".

O estúdio Kling Klang, que eles mesmos criaram, foi a peça-chave para essa revolução. Ali, o grupo começou a construir seus próprios instrumentos eletrônicos, modificando sintetizadores e desenvolvendo drum machines customizadas. Essa busca obsessiva pela autonomia sonora permitiu que criassem faixas com uma estética inédita para a época: repetitivas, hipnóticas e mecanicamente precisas.

A Estética Robótica

Seus álbuns mais icônicos — Autobahn (1974), Trans-Europe Express (1977), The Man-Machine (1978) e Computer World (1981) — consolidaram o conceito de uma banda que se apresentava quase como autômatos.

Os membros usavam ternos idênticos, movimentos minimalistas no palco e vocais processados por vocoder, criando uma aura futurista e questionando os limites entre homem e máquina. Esta estética influenciou não só a música, mas também a moda, o design e o audiovisual, antecipando discussões atuais sobre inteligência artificial e digitalização da vida.

Pioneiros da Produção e do Sequenciamento

Uma das grandes contribuições do Kraftwerk foi a padronização do uso de sequenciadores e ritmos eletrônicos programados, algo que viria a se tornar a espinha dorsal de praticamente todos os gêneros de música eletrônica.

O famoso padrão rítmico de faixas como Numbers e Pocket Calculator inspirou diretamente produtores de Detroit, como Juan Atkins, Derrick May e Kevin Saunderson, os “pais do techno”. Da mesma forma, o hip hop encontrou em Trans-Europe Express uma base para a clássica Planet Rock de Afrika Bambaataa & The Soulsonic Force (1982), música considerada um marco do electro e do breakdance.

Impacto Cultural e Global

O legado do Kraftwerk vai muito além da Alemanha. Eles foram uma das primeiras bandas a fazer turnês mundiais com sets totalmente eletrônicos, popularizando o uso de sintetizadores no palco. Artistas e bandas como Depeche Mode, New Order, Daft Punk, Aphex Twin, The Chemical Brothers e até Kanye West já declararam influência direta da banda.


Além da música, sua estética inspirou toda uma cultura visual: capas minimalistas, vídeos experimentais e o conceito de performance como instalação artística. É impossível pensar em música eletrônica moderna sem traçar uma linha direta até Düsseldorf.

O Legado dos “Homens-Máquina”

Mais de 50 anos após sua formação, o Kraftwerk continua sendo estudado em universidades e celebrado por críticos como os arquitetos do som eletrônico. Em 2014, a banda foi reconhecida com um Grammy honorário por “Contribuição ao Desenvolvimento da Música” e, em 2021, foi incluída no Rock and Roll Hall of Fame.

O som frio e meticuloso que criaram ajudou a abrir espaço para uma nova forma de expressão artística, na qual a tecnologia não é inimiga da emoção, mas seu catalisador. O mundo da música eletrônica — dos clubes underground aos grandes festivais — ainda vibra com os ecos de Kraftwerk.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Dexxx Gum

Dexxx Gum / A nova voz do Afro House no Brasil

A cena eletrônica mundial vive um momento único. Nos últimos anos, o Afro House ganhou força em clubes, festivais e playlists, conquistando pistas do underground às grandes arenas. No Brasil, esse movimento encontra cada vez mais terreno fértil, e um dos nomes que despontam com força é DEXXX GUM, artista que carrega em sua sonoridade a fusão perfeita entre identidade cultural, inovação e energia de pista.

Quem é DEXXX GUM ?

Dexx Gum
Artista: Dexx Gum
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DEXXX GUM é um produtor e DJ que vem se destacando por sua capacidade de unir raízes africanas, ritmos orgânicos e elementos eletrônicos sofisticados. Seu trabalho traduz o espírito do Afro House: batidas profundas, vocais envolventes e uma atmosfera ritualística que conecta quem ouve não apenas com a música, mas com uma experiência sensorial completa.



Apresentações / Clubs

Com apresentações em clubs e eventos alternativos pelo Brasil, DEXXX GUM está conquistando público e crítica especializada, trazendo para o palco não apenas um set de música, mas uma narrativa sonora que celebra diversidade, ancestralidade e futuro.




A força do Afro House no Brasil

Se em países da Europa o Afro House já ocupa line-ups principais, por aqui o gênero encontra espaço em movimentos independentes, festas culturais e coletivos de música eletrônica que valorizam a experimentação. DEXXX GUM surge nesse cenário como uma das figuras mais promissoras, dialogando com a cena global sem perder a originalidade brasileira.

Seus sets transitam entre o deep e o orgânico, trazendo timbres tribais, percussões quentes e melodias que transportam o ouvinte para um estado de transe coletivo. É esse equilíbrio entre técnica e emoção que faz de DEXXX GUM um artista singular.

Lançamentos e próximos passos

Além das apresentações ao vivo, DEXXX GUM vem trabalhando em produções autorais que prometem consolidar seu nome no cenário eletrônico. Seus próximos lançamentos devem explorar ainda mais a riqueza de texturas do Afro House, incorporando influências da música brasileira, sons do cotidiano urbano e referências da diáspora africana.



O artista também planeja levar sua música para festivais internacionais, expandindo a presença do Afro House brasileiro no mapa global da música eletrônica.

Por que ficar de olho em DEXXX GUM

O que torna DEXXX GUM especial é sua capacidade de contar histórias por meio da música. Seus sets não são apenas uma sequência de faixas, mas sim um ritual coletivo, um convite à celebração e ao autoconhecimento.

Em uma cena cada vez mais conectada e competitiva, artistas com identidade própria são os que realmente marcam.

DEXXX GUM é, sem dúvida, um deles.

Se você acompanha a evolução da música eletrônica e busca novidades que unem qualidade, autenticidade e inovação, DEXXX GUM é um nome que merece estar no seu radar. Do underground ao mainstream, sua jornada está apenas começando — e promete levar o Afro House brasileiro a novos horizontes.

Mais informações abaixo:

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Gaia Connection 2025

Gaia Connection 2025
Reconexão, Cultura e Sustentabilidade em Harmonia

Conexão com a natureza e legado ambiental

O festival Gaia Connection, em sua 13ª edição, ocorreu entre 3 e 6 de outubro de 2025, na Aldeia Outro Mundo, em Lagoinha (SP) 

Sob o mote da multiculturalidade, o encontro promoveu uma profunda reconexão com elementos ancestrais e a natureza, integrando arte, música eletrônica e consciência ecológica. 

Com histórico de plantio de mais de 3.500 mudas, nesta edição o festival prospectou o plantio de 200 mudas nativas, em cerimônias abertas ao público e atividades voltadas a crianças no Espaço Kids 

Relatos dos participantes e registro audiovisual

No video DJ Eder FM abrilhantou na Gaia Connection 2024 com um set impecável que uniu energia, técnica e sensibilidade. Cada batida e transição mostrou seu domínio da e conhecimento musical, mantendo o público conectado do início ao fim. Uma performance memorável que reforçou por que Eder FM é referência na cena.
Follow/Siga: @djederfm em todas as plataformas digitais. 

Além disso, o YouTube traz uma produção visual da edição de 2023, Gaia Connection 2023 | O Filme, com 1h29 de imagens vibrantes, que mostram a diversidade das pistas, performances de psytrance, arte viva e o espírito de união que pulsa no festival.

Como chegar e infraestrutura local:

A Aldeia Outro Mundo está situada na Estrada do Mandutinho, km 6,1, em Lagoinha – SP 
Para quem vem de carro, a rota mais recomendada é pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116), com desvio em Taubaté pela SP-125 até Lagoinha, seguindo sinalizações para o Mandutinho.

Se optar por transporte público, é possível seguir de ônibus até Taubaté, de lá até Lagoinha, com táxi local até o festival. Também há a opção de excursões organizadas que facilitam o acesso diretamente ao local 

Em síntese

O Gaia Connection 2025 representa mais que um festival: é um encontro que celebra a cultura ancestral, promove a sustentabilidade ambiental e oferece uma experiência imersiva e sensorial para o corpo e a alma. Desde o plantio simbólico de mudas até os ritmos transcendentes e o acolhimento comunitário, a Aldeia Outro Mundo se reafirma como um espaço de transformação e pertencimento.


Fonte: gaiaconnection.art.br / aldeiabooking.com.br

Sun and Bass 2025

Sun and Bass 2025: o refúgio do drum & bass sob o sol mediterrâneo

Desde 6 de setembro e até o próximo dia 13, a charmosa vila litorânea de San Teodoro, na Sardenha, se transformou no palco de uma das celebrações mais autênticas e intensas da cultura drum & bass: o festival Sun and Bass 2025. Uma experiência em que o ritmo pulsante do DnB encontra a leveza do verão mediterrâneo. 

Uma semana de música, mar e amizade.

Doze anos se passaram desde sua estreia em 2003, quando o festival nasceu como uma festa de praia íntima e improvisada. Hoje, o que era apenas um sonho sonoro virou tradição global, com oito dias e noites de música, sol, e encontros calorosos entre fãs, DJs e produtores de todas as partes do mundo 

sunandbass.net

Como descreve a organização: “Você não precisa conquistar o direito de sentir alegria. A sua alegria é sagrada. Ela é uma das partes mais puras de você — e merece um lugar para prosperar.” 


Palcos ao ar livre e paisagens inspiradoras

O festival se espalha por diversas locações que elevam a experiência além da música.

Ambra Night: antiga estrutura da noite sarda, agora modernizada com purificadores de ar e banheiros reformados, proporciona noites confortáveis e seguras 

Bal Harbour: com ambiente estilo Miami e palmeiras, oferece uma atmosfera art déco relaxante, com apresentações de jazz ao vivo como contraponto às batidas eletrônicas 

La Cinta Beach: de dia, a praia reverbera com batidas, rodeada pelo mar cristalino e vistas da ilha Tavolara. Mesmo com forte presença de drum & bass, ocasionalmente mescla sons alternativos, reggaes e hip-hop.

Há ainda uma localização secreta (Afters), realizada em edições especiais, que adiciona um toque de mistério ao festival .

Line-up que honrou a tradição e surpreendeu o público

A programação deste ano trouxe nomes icônicos da cena drum & bass mundial: Fabio & Grooverider, Jumping Jack Frost, London Elektricity, Unglued, Stamina MC, Makoto, Calibre, Skeptical e Doc Scott, entre outros 

Segundo fãs engajados em comunidades online, o festival não é só sobre artistas — mas principalmente sobre a vibe humana, feita de encontros verdadeiros, simplicidade e celebração coletiva:

“Honestly, you don't go to Sun & Bass for the lineup, you go for the vibes. The lineup is always solid…” 
“Sinceramente, você não vai ao Sun & Bass pelo line-up, você vai pela vibe. O line-up é sempre sólido…”

“Beach is free to attend for all, day events need wristband...” 
“A praia é gratuita para todos, mas os eventos diurnos precisam de pulseira...”


Acesso e envolvimento local

Os eventos diurnos na praia normalmente são acessíveis sem ingresso, enquanto as noites nos clubes como Ambra Night exigem ticket ou pulseira — ainda que muita gente consiga entrar na base de filas ou pela sorte.

A atmosfera comunitária é tamanha que, mesmo sem ingresso, quem está na cidade geralmente encontra formas de participar e curtir o festival, especialmente os dias de praia — o coração da experiência.

Conclusão: uma celebração genuína

Sun and Bass 2025 segue como uma celebração orgânica da cultura drum & bass. Ao unir mar, música e afeto, o festival oferece uma experiência que transcende o evento em si — transformando-se em um refúgio coletivo, com alma e autenticidade sob o céu da Sardenha (Itália).

O Início da Jungle Music

Curiosidades do gênero Drum & Bass

O Drum & Bass surgiu no início da década de 1990, como um desdobramento do Jungle e da cena eletrônica britânica. Desde então, consolidou-se como um dos gêneros mais acelerados e intensos da música eletrônica. Mas, além da energia que transmite, o estilo guarda diversas curiosidades que ajudam a entender melhor a sua identidade única.

Uma das primeiras características que chama atenção é o BPM médio. Enquanto a maioria dos gêneros eletrônicos trabalha entre 120 e 140 batidas por minuto, o Drum & Bass costuma se manter entre 165 e 180 BPM. Essa velocidade cria uma atmosfera de urgência, perfeita tanto para pistas de dança quanto para ouvintes que buscam uma experiência sonora eletrizante.

Outro ponto essencial está nos samples que moldaram o gênero. O mais famoso deles é o lendário "Amen Break", um trecho de apenas seis segundos retirado da faixa Amen, Brother, da banda The Winstons, lançada em 1969. Esse fragmento de bateria se transformou em um dos loops mais sampleados da história da música, servindo de base não apenas para o Drum & Bass, mas também para o hip-hop e outros estilos eletrônicos. Além dele, outros breaks como o "Apache", do Incredible Bongo Band, e o "Funky Drummer", de James Brown, também foram fundamentais para dar forma às batidas complexas que caracterizam o gênero.

As batidas icônicas do DnB vão muito além do simples “quatro por quatro” presente em estilos como o techno e a house. Aqui, a construção rítmica é fragmentada, repleta de viradas e variações que mantêm o ouvinte em constante movimento. Vertentes como o Two-Step, mais minimalista, e os famosos Rollers, com linhas de bateria contínuas e hipnóticas, mostram como a criatividade rítmica sempre esteve no centro do gênero.

Mas o Drum & Bass não se resume apenas à bateria. O baixo profundo e pesado é outro elemento indispensável. O subwoofer desempenha papel vital nas festas e festivais, transformando as frequências graves em uma verdadeira experiência física. Essa característica também ajudou o estilo a se desdobrar em várias vertentes, como o Liquid, com atmosferas mais melódicas e suaves; o Neurofunk, mais sombrio e futurista; e o explosivo Jump Up, voltado para a pista com linhas de baixo agressivas.

Apesar de suas raízes britânicas, o Drum & Bass conquistou o mundo. Festivais especializados reúnem milhares de fãs na Europa e, no Brasil, a cena também se fortaleceu, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde artistas locais ajudaram a expandir o gênero para novos públicos.

Mais do que apenas música acelerada, o Drum & Bass é uma cultura que combina técnica, intensidade e criatividade. Suas curiosidades — do lendário Amen Break ao BPM frenético — são parte de uma história que continua em constante evolução, provando que o gênero, mesmo após três décadas, segue vivo e pulsante nas pistas do mundo todo.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Organic House

Organic House: Uma Jornada Pela Música Orgânica

Organic House é um subgênero da música house, nascido com a proposta de integrar sons orgânicos e naturais — como instrumentos acústicos e ambientes etéreos — às batidas eletrônicas. Surgiu como uma via para explorar tonalidades mais profundas, meditativas e emocionalmente ricas dentro da house music. 

Origens e Evolução

O estilo começou a tomar forma por volta de 2017, em festivais onde a fusão da música eletrônica com elementos naturais era valorizada — como Burning Man, Lightning in a Bottle e Desert Hearts 

Em março de 2018, a Beatport criou a nova categoria Organic House / Downtempo, oficializando o nome e consolidando o gênero no mercado eletrônico 

Em junho de 2020, essa denominação foi oficialmente reconhecida pela Beatport como gênero específico, marcando o ponto culminante da consolidação do estilo 

Características Sonoras

Instrumentação: uso predominante de instrumentos acústicos e tradicionais — como kalimba, violino, vibrafone — e amarras percussivas influenciadas por ritmos africanos como bongo e congas 

Ambientação natural: texturas sonoras etéreas e atmosferas criadas através de gravações de campo, sons da natureza e camadas suaves 

Ritmo e melodia: grooves hipnotizantes que mesclam percussões multicamadas com melodias fluídas, evocando sensações de tranquilidade e contemplação 

Artistas e Selos de Destaque

Alguns dos grandes nomes do gênero incluem Lee Burridge, Sébastien Léger, Oliver Koletzki e Roy Rosenfeld. Destacam-se também selos que reforçam essa proposta sonora, como All Day I Dream, Cafe De Anatolia e Melody Of The Soul 

No DJ Awards 2024, a categoria Organic House foi premiada para WhoMadeWho, reafirmando seu impacto contemporâneo.


Este mix — "Organic House Music Mix 2024 | Pace of Mind" — encapsula bem a essência do gênero: uma jornada musical envolvente com atmosferas suaves, ritmos delicados e uma vibe contemplativa perfeita para relaxar ou se conectar com o momento.

Conclusão

Organic House é mais do que apenas um gênero; é uma experiência sensorial, uma ponte entre o orgânico e o eletrônico. Nasceu da vontade de trazer humanidade e natureza para a dança, oferecendo um som que ecoa com profundidade e autenticidade.

Se quiser, posso também criar uma versão ainda mais condensada (ideal para redes sociais), expandir com perfis de artistas ou sugerir trilhas específicas para playlists temáticas. É só dizer!