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terça-feira, 16 de setembro de 2025

Ângelo Leuzzi, o mestre da noite paulistana

QUEM FOI ANGELO LEUZZI




Uma das maiores lendas da noite paulistana, responsáveis por São Paulo ser tão respeitada no quesito casas noturnas Nacionalmente e Internacionalmente.



1. Pioneiro da noite paulistana moderna

Antes de Leuzzi, São Paulo tinha principalmente bares, casas de show e boates tradicionais, mas poucos espaços voltados à cultura clubber com DJs, som de qualidade e pista de dança integrada a um ambiente sofisticado.

Importação e adaptação de modelos internacionais:

Leuzzi trouxe conceitos europeus (Londres, Berlim) e americanos (Nova York) de danceterias e clubes, mas sempre adaptando ao público paulistano.

O Rose Bom Bom nos anos 1980 já misturava música ao vivo e pista de dança.

O Lov.e Club, nos anos 1990, consolidou o formato lounge + pista + bar + design icônico, precursor do que hoje chamamos de clubes urbanos de referência.


2. Formador de públicos

Leuzzi não apenas abriu casas, mas formou públicos e gostos musicais:

Rock & Alternativo: Rose Bom Bom e Columbia foram palco de bandas emergentes, conectando jovens à cena independente.

A cena Techno / House / Drum & Bass: Lov.e Club se tornou referência para a geração clubber dos anos 90 e 2000, atraindo DJs nacionais e internacionais.

Pluralidade de públicos: suas casas uniam fãs de diferentes estilos, promovendo experimentação musical e socialização entre grupos antes pouco conectados.


3. Influência estética e cultural

Ele não apenas promovia festas, mas curadoria e identidade visual:

Decor e design das casas seguiam conceitos modernos, muitas vezes kitsch ou heroin chic, mas com toque paulistano.

Flyers, pôsteres e convites das festas eram cuidadosamente trabalhados, criando uma marca reconhecível e aspiracional.

O público não frequentava apenas pela música, mas pela experiência visual, social e de lifestyle, algo novo para São Paulo na época.



4. Incentivador da cena eletrônica

DJs nacionais (e alguns internacionais) citam Leuzzi como quem abriu portas para a cena eletrônica em São Paulo, e isso não temos dúvida alguma. Angelo era diferente, era a noite paulistana em pessoa.

O Lov.e, uma das casas que ditou a noite paulistana até 2008, foi espaço de experimentação musical, com noites dedicadas ao techno, deep house e drum & bass, ajudando a criar uma base sólida para DJs, produtores e festas independentes.

Festas como a VIBE do curador DJ MARKY  que em dias normais eram enormes, chegando a ter revezamento de público, algo que não vemos nos dias de hoje. 


5. Conector de gerações e estilos

Leuzzi conseguia misturar gerações: fãs de rock que frequentavam o Rose Bom Bom passaram a se interessar por música eletrônica.

Suas casas foram ponto de encontro de criativos, artistas, DJs, produtores e fashionistas, fortalecendo a cultura urbana e clubber de São Paulo.

Criou uma rede de clubes onde o público migrava de um projeto para outro, mantendo a cena viva e dinâmica.

6. Curadoria musical inovadora

Ângelo não apenas contratava DJs, ele selecionava linhas musicais e programações inteiras que guiavam tendências.

Suas casas eram reconhecidas por misturar clássicos com novidades, criando noites temáticas e permitindo que estilos emergentes (como drum & bass, deep house e progressive) ganhassem visibilidade.


7. Experimentação com formatos de club

Introduziu conceitos como pistas moduláveis, lounges internos e áreas VIP integradas antes pouco exploradas em São Paulo.

Essa flexibilidade permitiu adaptar o ambiente para diferentes públicos, desde festas íntimas até grandes eventos noturnos, mantendo a exclusividade sem perder diversidade.

8. Formação e mentoria de profissionais da noite

DJs, produtores e gestores de casas noturnas creditam a Leuzzi aprendizado direto sobre gestão de clubes, atendimento e experiência do público.

Muitos profissionais que hoje são referência no Brasil começaram a carreira em seus clubes, recebendo orientação sobre programação, marketing e identidade visual.


9. Longevidade e consistência na cena

Atuou por mais de três décadas no segmento, acompanhando e antecipando tendências musicais e sociais.

Sua capacidade de reinventar projetos e manter relevância mesmo com mudanças de público, estilo musical e mercado consolidou Leuzzi como um símbolo da noite paulistana, cuja influência ainda é percebida em clubes contemporâneos.

Falecimento:
Morreu em 22 de abril de 2020, vítima de um infarto fulminante. As matérias de obituário o descreveram como “lendário” e “um dos maiores propagadores da cultura clubber brasileira”. As fontes indicam que ele tinha 64 anos na data do falecimento. 


10. Legado e reconhecimento

Por que Ângelo Leuzzi é lembrado até os dias de hoje?

Criação de espaços híbridos (show + pista + bar) que ajudaram a transformar a vida noturna paulistana do formato disco/baile para o formato de danceteria/club moderno.

Pluralidade musical: suas casas receberam tanto bandas de rock quanto DJs e festas eletrônicas — ajudando a conectar gerações e estilos. 

Estética e curadoria próprias: evitou simplesmente replicar fórmulas estrangeiras; adaptou as referências e criou identidade local, o que influenciou outros empreendedores e o público paulistano.

Considerado um mentor e referência para empreendedores e DJs da cidade.

Muitos clubes paulistanos posteriores se inspiraram na fórmula de Leuzzi: 
Experiência completa de música, design, bar e socialização.

Até hoje, eventos e tributos lembram seu impacto na profissionalização e sofisticação da vida noturna paulistana.

Entenda toda sua importância em um breve resumo.


Resumo executivo

Ângelo Leuzzi foi DJ e empresário da noite paulistana, responsável por criar várias casas noturnas influentes (entre elas Rose Bom Bom, Lov.e, Columbia, BASE, Mood, Hell’s e Lov.e) simplesmente todos os maiores e mais respeitados clubs de São Paulo.

Ele ajudou a introduzir na cidade o conceito de danceteria/club inspirado em modelos europeus e nova-iorquinos, abriu espaços que serviram tanto para shows de rock emergente quanto para a cena clubber/electrônica, e é lembrado como um formador de cena. Faleceu em 22 de abril de 2020, vítima de um infarto; na ocasião reportou-se que tinha 64 anos. 

Linha do tempo e principais marcos:

Anos 1980 — Rose Bom Bom (início da carreira como promotor/empresário):

Leuzzi voltou de viagens à Europa trazendo o conceito de danceteria para São Paulo e, em 1983 (referências apontam para o início dos anos 80), inaugurou o Rose Bom Bom na Galeria Fêmina / região da Oscar Freire. A casa misturava show, bar e pista e foi palco de bandas importantes do rock nacional em começo de carreira (Titãs, Engenheiros do Hawaii, Ultraje a Rigor, Plebe Rude etc.). Esse empreendimento marcou sua entrada e reputação na cena noturna. 

Final dos anos 1990 / 2000 — Lov.e Club & outros projetos clubber:

A marca Lov.e Club & Lounge (às vezes escrita como Lov.e) surgiu na segunda metade dos anos 1990 e se tornou um divisor de águas para a cena clubber brasileira — som primoroso, estética kitsch / heroin chic reinterpretada à brasileira, e noites longas com forte programação eletrônica. Leuzzi foi coproprietário/idealizador desse formato e da estética do clube. Muitas referências e DJs da cena eletrônica brasileira têm memórias de tocar ou serem convidados por Leuzzi no Lov.e. 

Outras casas / marcas criadas ou ligadas a Leuzzi:

Além do Rose Bom Bom e do Lov.e, sua trajetória empresarial inclui Columbia, BASE (Antigo Hotel Danúbio), Mood, Hell’s (nomes aparecem nas reportagens e memórias da cena). Essas casas circularam entre shows ao vivo e pistas de dança, ajudando a articular diferentes públicos (rock, moda, clubbers). 

Influência na cena eletrônica e no underground:

Leuzzi foi reconhecido por não apenas importar “filiais” de casas gringas, mas por adaptar referências estrangeiras ao contexto paulistano — criando espaços com identidade local. Dezenas de DJs da cena nacional citam Leuzzi como quem abriu portas e lançou formatos que se tornaram referência no Brasil. 

Vida pessoal / família (resumo):

Reportagens mencionam que era fã de motos, tatuagens e carros antigos; foi casado com a ex-modelo/atriz/pintora Cláudia Liz (com quem teve o filho Lucca Salvatore) e também teve relação/marido com a empresária Flávia Ceccato (cofundadora do Lov.e em parceria). Após seu falecimento, seu filho Lucca manteve viva parte do legado nas memórias e tributos. 


Graças a Deus e aos Deuses da música tive o prazer e a honra de ter tocado em um de seus últimos projetos no PANORAMA (Cidade Jardim), casa simplesmente linda e um sound system by Angelo Leuzzi.

Total Respeito ao mestre Angelo Leuzzi (RIP).